quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Osteoporose - Prevenção é possível

Na fase inicial, a osteoporose é uma doença silenciosa.
Os primeiros sintomas confundem-se frequentemente com o cansaço normal característico da meia-idade.
Lentamente, as pequenas queixas tornam-se dores intensas e muitos casos degeneram em incapacidade total ou parcial.

A osteoporose é uma doença óssea metabólica que resulta da carência de cálcio.
Sem um dos seus principais componentes, os ossos perdem qualidade, tornando-se frágeis e quebradiços, à medida que a densidade óssea (quantidade de osso) diminui.
As fracturas são frequentes e de recuperação muito difícil.

No processo de desenvolvimento do osso, a osteoporose corresponde a uma fase final, em que os tecidos ósseos perdem a densidade e qualidade dos primeiros anos. Na infância, o osso é composto maioritariamente por cartilagem, um elemento esponjoso que raramente sofre fracturas. Até aos 20 anos, o osso estabiliza em tamanho, mas contínua, até aos 35, a ganhar em densidade. É por volta desta idade que os cuidados devem ser intensificados: uma dieta alimentar cuidada, exercício físico regular e suplementação adequada, podem ser a chave certa para a saúde e fortalecimento dos ossos.

Identificar Grupos de Risco Causas definidas não existem. Ainda assim, os cientistas acreditam que uma multiplicidade de factores tornam os indivíduos mais sensíveis à doença.

Alguns, de carácter intrínseco, ajudam a identificar grupos de risco (sexo feminino, raça branca). Outros, resultam de comportamentos que facilitam o desenvolvimento da doença, mas sobre os quais podemos e devemos agir, como o sedentarismo, o excesso de álcool e cafeína, alimentação desequilibrada e tabagismo.
Em Portugal, a osteoporose é responsável por mais de 7 mil fracturas da anca anuais, um número que tende a aumentar. Metade das mulheres portuguesas, com menos de 75 anos, sofreu, pelo menos uma vez na vida, uma fractura causada pela doença.

Prevenção e tratamento
Como muitas outras doenças, a osteoporose é mais fácil de prevenir do que de tratar. Ao contrário da crença generalizada, esta condição não é exclusiva de idades mais avançadas, e pode surgir a partir dos 30 anos de idade.
Torna-se, por isso, fundamental que se tomem, desde muito cedo, as medidas mais adequadas para evitar o aparecimento da doença.

Exercício Físico
Estudos recentes indicam que o exercício físico funciona como inibidor da osteoporose, já que fortalece os ossos e estimula a regeneração da massa óssea. No entanto, quem já sofrer da doença, deve de qualquer forma manter um programa de actividade física, com várias sessões semanais de marcha ou corrida lenta, com a duração de 30 a 40 minutos.
Não esquecer também o papel da alimentação na prevenção da osteoporose: uma dieta cuidada deve passar pela ingestão de lactícinios e proteínas magras, especialmente as não-animais. Os alimentos ricos em ácido oxálico, como os espinafres, espargos, morangos, rui-barbo, inibem a absorção do cálcio.
Evitar também bebidas ricas em fósforo, como os refrigerantes, bem como frutos cítricos e tomates.

Suplementação precisa-se
Por muito orientada que esteja a nossa dieta alimentar, uma boa suplementação, ajuda a manter os níveis de saúde óssea.
As receitas médicas, que contemplam sobretudo medicamentos à base de cálcio, parecem muitas vezes esquecer que o osso necessita de diversos tipos de nutrientes e minerais para o seu desenvolvimento normal.

Cálcio
O cálcio é o mineral mais abundante do nosso corpo. e 99% está concentrado nos ossos. Não existem dúvidas sobre o seu papel fundamental na prevenção e tratamento da osteoporose: a suple- mentação com cálcio (1000 a 1500 mg diários) reduz a perda de tecido ósseo de 30 a 50%.
A dose diária recomendada (DDR) deste nutriente é de cerca de 1200 mg. Na alimentação de uma mulher adulta raramente se atingem estes níveis. facto que se relaciona directamente com a maior incidência da osteoporose no sexo feminino.

A soja, após a fermentação, fica especialmente concentrada em isoflavonas, que têm bioquímica semelhante aos fito-estrogéneos. Nesta forma, as isoflavonas são absorvidas mais rapidamente e em maior quantidade.
Segundo testes científicos, as isoflavonas da soja, nomeadamente a ginesteína, contribui para a prevenção da osteoporose.

Esta vitamina actua como reguladora do cálcio sanguíneo, mantendo-o nos níveis necessários para promover a mineralização dos ossos.
Estudos demonstraram que a ingestão de uma dose adequada de vitamina D (12,5 mcg) reduz o risco de fracturas em mulheres pós-menopáusicas. Por outro lado, a vitamina D é essencial para garantir uma eficaz absorção do cálcio.

O magnésio regula o metabolismo ósseo e o transporte do cálcio. Muitos dos doentes com osteoporose revelam sinais de carência de magnésio. Nestes casos, a suplementação neste mineral pode ser ainda mais importante do que a de cálcio.
Quanto ao zinco, é mais um dos constituintes do osso e que está muitas vezes ausente da dieta alimentar, devido à elevada refinação dos alimentos.

Soro, Silício, Manganês, Cobre e Vitamina C
O boro previne a desmineralização óssea, porque para além de participar na formação do osso, é responsável pela activação de determinados nutrientes e vitaminas, igualmente vitais no processo.
O silício e a vitamina C, são fundamentais para a formação do colagéneo, cartilagem e tecido conjuntivo.
Para a maturação do colagéneo, formação da elastina e crescimento ósseo, é também indispensável a presença do cobre. O manganês é necessário para o crescimento e desenvolvimento dos ossos.

Falsos Mitos sobre a Osteoporose
"Sou muito novo(a) para ter osteoporose"
- A osteoporose desenvolve-se lentamente, quase sem sintomas. Pode atingir mulheres a partir dos 20, 30 anos. Alguns sinais aparecem só quando a doença já se encontra num estádio de desenvolvimento adiantado.
"Só as mulheres são afectadas" - Embora as mulheres na fase da pós-menopausa sejam as mais afectadas, os homens não são imunes. Quase dois milhões de homens norte-americanos sofrem da doença.
"Se beber muito leite, não sofrerei osteoporose"
- O cálcio é um dos principais componentes da estrutura óssea, mas não o único. Outros nutrientes são importantes para a formação do osso. O cálcio deve ser acompanhado de outros factores como o exercício físico e uma dieta alimentar cuidada. Por outro lado, só pelo facto de ingerir cálcio, não significa que o está a absorver todo.
Alguns alimentos comuns impedem a absorção do cálcio, enquanto que outras vitaminas facilitam esse processo.

"A minha mãe sofre de osteoporose, logo também sofrerei no futuro"
- O factor genético é responsável por grandes variações nos níveis de massa óssea, mas não determina, irreversivelmente, que se vá ri sofrer da doença.

Fonte: Revista EcoNews Nº

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