Não são só as pessoas gordas que têm diabetes, e a insulina não causa dependência!
No Dia Mundial da Diabetes vamos então desmistificar a doença.
Mito. Estar acima do peso recomendado pode ser um factor de risco para o desenvolvimento desta doença, mas está longe de ser o único. Outros agentes como o histórico familiar, a etnia e a idade também desempenham um papel importante. No tipo 1, sobretudo, os factores genéticos têm uma forte influência.
Embora possa estar associado ao excesso de peso, há muitas pessoas magras e com diabetes.
A diabetes do tipo 2 só aparece em adultos
Mito. Já foi verdade: antigamente, o aparecimento do tipo 2 era registado sobretudo em adultos a partir dos 40 anos. Agora, porém, é cada vez mais comum o seu aparecimento em crianças e adolescentes.
Os diabéticos não podem ingerir açúcar
Mito. Ter diabetes não significa que nunca mais vai poder tocar num doce. O seu consumo é possível, desde que os indivíduos tenham os valores de glicemia adequados e estes sejam ingeridos em pequenas quantidades. Obviamente que a ingestão destes alimentos deve ser a excepção e não a regra, mas o mesmo se aplica à população em geral, diabética ou não.
Existem diabetes que só aparecem na gravidez
Facto. É verdade. Conhecido por diabetes gestacional, nestes casos verifica-se um aumento dos índices de glicemia (açúcar no sangue) nas mulheres apenas durante a gravidez. Quando a criança nasce, os níveis voltam ao normal.
A insulina provoca dependência
Mito. Não há qualquer prova que a insulina possa provocar uma dependência química. Exemplo disso mesmo são as mulheres que têm diabetes gestacional: depois da gravidez, não existem relatos de pacientes que tenham sentido a necessidade de voltar a fazer qualquer medicação com insulina.
Não há nada que possa ser feito para prevenir as complicações da diabetes
Mito. É possível prevenir complicações. Como? Com uma alimentação saudável, prática de exercício físico e um controlo regular dos níveis de glicemia, da tensão arterial e do colesterol. Com os cuidados adequados, é possível para um diabético ter o máximo de qualidade de vida.
A esperança média de vida dos diabéticos é menor
Facto. A esperança média de vida de um diabético é efectivamente menor. De acordo com um estudo realizado em 2010 pela associação de diabéticos no Reino Unido, a Diabetes UK, os pacientes com o tipo 2 vivem, em média, até menos 10 anos. No caso dos diabéticos do tipo 1, a esperança média de vida é reduzida em 20 anos.
Mas os números podem estar a tornar-se mais animadores, principalmente no caso dos indivíduos com diabetes tipo 1. De acordo com um estudo realizado este ano pela Universidade de Dundee, na Escócia, os indivíduos com diabetes tipo 1 estão agora a viver mais: a diferença é de cerca de 11 a 14 menos, no caso de doentes com idades compreendidas entre os 20 e 24 anos. O número cai para 5 a 7 anos a partir dos 65 anos e até aos 69.
Os diabéticos não devem fazer exercício físico
Mito. Não só podem como devem. Deve existir alguns cuidados na prática de exercícios físicos, porém os pacientes só têm a lucrar com um estilo de vida activo. De acordo com estudos científicos, actividade física regular é capaz de melhorar a glicose, as funções cardíacas e respiratórias e a fazer a manutenção da força muscular.
Numa fase inicial, a diabetes pode passar despercebida
Facto. Ao contrário de outras doenças, numa fase inicial da diabetes tipo 2 não existem muitos sintomas – e o único indicativo é mesmo o exame de sangue (medição da glicemia). Existem pessoas que convivem com esta doença durante vários anos sem saberem que a têm. Segundo o Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes 2011, 44% dos portugueses com diabetes não tinha a doença diagnosticada.
Sensação de sede excessiva, vontade frequente de urinar e perda repentina de peso são alguns dos sintomas do surgimento da diabetes.
O stress piora a diabetes
Facto. Factores de stress podem efectivamente piorar o quadro de diabetes quando já existe o problema – mas isso não significa que o possa causar. Não existem dados que comprovem uma ligação directa entre o stress e o aparecimento da doença.
Fonte: Revista SÁBADO, por Marta Gonçalves Miranda.
Sem comentários:
Enviar um comentário