Qual a melhor postura a adoptar nas subidas, descidas e perante obstáculos? E no dia-a-dia, no treino e na alimentação?
Conheça, com a Sónia Lopes, uma das atletas portuguesas mais promissoras, quais os factores que contribuem para uma boa posição competitiva.
Treino
“Treino três horas por dia. Geralmente levanto-me às cinco e meia da manhã e por volta das oito horas já estou na Serra de Sintra a treinar, onde fico até por volta das onze, quer seja treino de estrada ou de montanha. Por vezes, dirijo-me também para o Guincho e para a zona de Cascais.
Em dias de chuva cumpro uma hora e meia nos rolos.”
Aquecimento
Para prevenir o aparecimento de lesões, nomeadamente ao nível dos joelhos e da zona lombar. “Antes da prova faço aquecimento nos rolos durante cerca de 20 a 30 minutos. Devido à pressão feita sobre a zona cervical, em virtude das muitas horas que passamos em cima da bicicleta, é ainda essencial, quando termina a competição, realizar alguns alongamentos e fazer uma sessão de massagem.”
Plano alimentar
“Procuro sempre o que é mais saudável e tento fugir à ingestão de gorduras e de açúcares. Dou prioridade aos hidratos de carbono e às proteínas. Como o BTT é uma actividade fisicamente muito desgastante, não descuro uma suplementação alimentar, pois é essencial para que possa alcançar uma recuperação eficaz. Tomo multivitaminas, glutamina, L-Carnitina, entre outros, e durante a prova não dispenso barras energéticas e bebidas isotónicas.” A atleta patrocinada por uma marca de suplementos alimentares consome, em média, por prova, cerca de cinco litros de líquidos.
Kit Essencial BTT
Capacete, essencial para salvaguardar a segurança do atleta; calções ergonomicamente concebidos para o sexo masculino e feminino; luvas, que protegem as mãos em contacto de queda e no contacto directo com o guiador; óculos, que impedem o contacto de insectos com os olhos, factor que quando não devidamente prevenido pode conduzir à desistência. Sem esquecer o medidor de frequência cardíaca.
Posição na bicicleta
Em movimento: o tronco e os membros devem estar flectidos, de modo a que o ciclista se sinta confortável e quando se depare com um obstáculo, possa ter a mobilidade suficiente para se desviar. Quanto ao selim, deve ser colocado ao nível do osso da bacia, de modo a salvaguardar possíveis lesões na zona lombar. Já o guiador deve possuir uma largura equivalente à largura dos ombros do atleta.
Em descida: de forma a retirar os maiores dividendos competitivos, há que adoptar uma postura aerodinâmica que permita “cortar” o vento de forma mais eficaz. Inclina-se o tronco para trás, deixando o selim à altura da barriga, segurando o guiador com os braços esticados.
Em caso de acidente, esta posição protegerá a integridade física do atleta, impedindo-o de ser projectado para a frente.
Em subida: inclina-se o corpo na direcção do guiador e o ciclista senta-se na ponta do selim, levando a que seja feito o maior peso possível na zona central do quadro. Isto permite aumentar significativamente o nível de aderência da máquina ao solo.
Na altura de ultrapassar obstáculos: de pé e em ângulo recto, utiliza-se a força do tronco para permitir que a bicicleta seja impulsionada, de forma a conseguir suplantar os obstáculos com que o ciclista se depara em competição. O corpo não pode estar contraído. Nesta fase, a atenção e a concentração revelam-se aliados preponderantes.
Escolher uma bicicleta
As máquinas de BTT fazem uso de pneus mais grossos e cardados que as bicicletas de estrada, permitindo uma maior absorção dos impactos; possuem uma maior aderência em terrenos mais enlameados e oferecem um melhor controlo da bicicleta em terrenos de pendor mais acidentado, na areia e na lama. Os aros costumam ser de parede dupla, reforçados de forma a evitar a sua deformação aquando da ultrapassagem de obstáculos.
As máquinas de BTT utilizam ainda amortecedores, com o intuito de reduzir os impactos sentidos pelo ciclista e de permitir um melhor controlo em cima do selim. Para isso, contam com quadros mais reforçados e resistentes, especialmente nas vertentes que incluem saltos e quedas de grandes alturas. O guiador é mais alto — quando comparado com a bicicleta de estrada —, permitindo ao ciclista uma posição menos inclinada, o que lhe traz inúmeros ganhos no que respeita à comodidade. As desmultiplicações, mais leves, para facilitar a superação de obstáculos.
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